(Ex: 3.1-22)
Deus não se parece com os fogos
de artifícios que brilham, mas logo se consomem. Ele é um fogo que se mantém
independente do homem e das circunstâncias. Nosso foco deve estar nesse fogo e
não em nós mesmos ou nas circunstâncias. Devemos nos perguntar: O que acontecia
enquanto aquela sarça ardia e não se consumia diante de Moisés? E daí
extrairmos diferentes condições de nós no qual A Sarça arde e não se consome...
1)... MESMO
DIANTE DOS NOSSOS FRACASSOS (1,2)
Moisés,
embora tenha sido chamado por Deus em meio a um trabalho árduo- pastoreava no
deserto, ele ainda não tinha conseguido se aposentar. Aos 80 anos Moisés, 40
anos depois, ainda trabalhava para seu sogro. Jacó, mesmo com um genro
corrupto, alcançou sua independência financeira em 20 anos (Gn 31:38). Mas a
sarça ardia e não se consumia diante dele. Foi por isso, que tempos depois,
naquele mesmo deserto, no qual tinha adentrado levando as ovelhas do sogro,
sacerdote pagão de Midiã, ele pôde levar as ovelhas do pai, Senhor de toda a
terra. E assim o lugar ficou conhecido como HOREB- O Monte de Deus (também chamado Sinai). Um monte de fracasso
tornado no monte de Deus.
Se Deus
precisasse de casos de sucesso para fazer sua obra estaria sempre lendo a
revista Forbes. Mas não raramente Ele faz arder sua sarça no deserto diante dos
homens e mulheres que fracassaram aqui ou acolá. Apresente-se com seu fracasso
diante de Deus e Ele mesmo- a chama que arde e não se consome- mudará sua
história e o usará de modo especial.
2)...MESMO
DIANTE DE NOSSA CURIOSIDADE AINDA SEM SANTIDADE (3-5)
Perceba que
Moisés tinha curiosidade, mas não ainda santidade. Ele então quis se aproximar.
Aí as coisas se complicaram um pouco mais e a sarça começou a falar o nome
dele: “Moisés”. Ele respondeu apenas se referindo a si mesmo: “estou aqui”.
Como quando alguém, que não conhecemos, fala nosso nome no telefone e
simplesmente respondemos: “sim, sou eu”. Diferente de quando conhecemos a voz
de quem nos fala. Nesse caso logo saudamos aquela pessoa. Moisés continuava sem
conhecer quem falava com ele, mas a sarça continua lá ardendo. Então Deus fala
com Moisés para não se aproximar e tirar suas sandálias, pois aquela terra era
Santa. Moisés não sabia que era o Deus santos, e nem que aquela terra era
santa. Mas a sarça ardia e não se consumia.
Quando
agente vem para o Senhor, pouco ou nada sabemos sobre Ele. A gente vem porque o
ouve chamar o nosso nome. Você que está na fase das curiosidades espirituais,
mas carente de santidade em sua vida, creia: a sarça está ardendo e não se
consome. É o ano aceitável do Senhor. Mas Moisés tirou as sandálias. Desça você
também desse “sapato alto” e desfrute de Deus. Ele começa com os curiosos, mas
prossegue sua obra com os santos.
3)... MESMO
QUANDO NINGUÉM COMPREENDE O PROPÓSITO DELA ESTAR ARDENDO (6-9)
Depois de
deixar claro que o conhecia, Deus agora se apresenta, e se dar a conhecer a
Moisés. Começa pela história conhecida de Moisés- Ele é o Deus de Abraão,
Isaque e Jacó. Aí, quando soube que era Ele, Moisés cobriu seu rosto, pois
temia olhar para Deus. Mas mesmo com seu rosto coberto a sarça continuava a
arder sem se consumir.
O Senhor se
lhe apresenta como uma pessoa que se importa com seu povo. Ele viu a opressão
dele, ouviu o seu grito de aflição e tomou conhecimento dos seus sofrimentos.
Aquela chama estava alí por esta causa. E continuava alí enquanto o povo
continuava sofrendo no Egito. Mas ninguém sabia disso no Egito. Deus disse que
desceu (e alí naquele tempo como que se “encarnou” naquela sarça) para libertar
ao seu povo. Deus iria tirar seu povo de um lugar para outro. E tirar desse
outro lugar os povos que lá estavam. Mais ninguém em nenhum desses lugares
sabia disso. Uma total indiferença reinava nessas nações quanto aos planos de
Deus mas a sarça ardia e não se consumia.
Deus não
necessita que todos entendam seus planos para então manifestar sua presença e
estabelecer seus propósitos. Ele simplesmente fará. Talvez você esperasse que
tivesse mais pessoas cônscias dos planos de Deus para esses dias para então
você se sentir mais animado e participar disso. Deus está no trono. Ele está
agindo agora mesmo em meio a muita ignorância.
4)... MESMO
QUANDO PESSOAS CHAMADAS NÃO ACREDITAM NOS SEUS CHAMADOS (10-12)
Deus tinha
uma missão para Moisés. Deus veio na sarça para Moisés ir ao Egito. Deus veio
para enviar Moisés ao Egito e tirar de lá o seu povo. E então Moisés respondeu
com uma pergunta clássica dos chamados: “Quem sou eu para ir ao Egito e fazer
sair de lá os israelitas”? Antes ele temeu. Mas agora ele não creu no seu
chamado. Então Deus garante que Ele estaria com ele. E lhe deu um sinal de que
Ele o enviava: depois de tirar o povo do Egito, eles serviriam a Deus naquele
monte. Enquanto Moisés duvidava de que a missão fosse para ele, a sarça ardia e
não se consumia.
Quantos
chamados que não respondem ao chamado. Mas Deus está no trono. Jesus reina. A
sarça está ardendo e não se consome. A chama de Deus é paciente. Ele esperou 80
anos para chamar Moisés. E ele ainda resistiu. A sarça que arde e não se
consome, nos dá nova oportunidade de nos deixar consumir pela presença de Deus
e para sua obra.
5)... MESMO
QUANDO A TOCHA CAI DE UMA GERAÇÃO PARA OUTRA (13-15)
Moisés,
considerando a possibilidade de ir ao Egito, indagou de Deus, qual era o nome
do Deus de seus pais, para responder ao povo quando lhe perguntasse isso. O povo
se esqueceu do nome do Deus de seus pais Abraão, Isaque e Jacó, em algum ponto
a tocha da fé não foi passada para a geração seguinte. Então Deus disse
simplesmente que falasse que “Eu sou”, lhe enviou. E alí apresentou seu nome
sagrado- YAVÉ. Deus é. Deus é o ser. Também Deus lembrou a Moisés que era Ele
que o enviava- o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Amados, mesmo que essa geração
se esqueça totalmente de Deus, a sarça continuará ardendo, pois o Deus eterno,
detalha e declara sua divindade de geração a geração.
6)... MESMO
DIANTE DA DISPERSÃO E OPOSIÇÃO DOS LÍDERES (16-20)
Deus manda
que Moisés entre em contato com os líderes de Israel no Egito. E lhe dissesse
que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, apareceu-lhe e avisou que tinha antes
estado com eles e visto a aflição deles. E que dissesse também que tinha
decidido tirar-lhes dessa opressão e leva-los a terra que mana leite e mele que
pertencia até então aos cananeus.
Em cada
cidade Deus tem um povo que não conhece Seu nome, mais que é Dele e que precisa
ser retirado da opressão de Faraó. E o desafio é semelhante ao de Moisés: Uma
liderança oprimida por ter de produzir cada vez mais tijolos. Antes trabalhávamos,
por exemplo, na PIB (Primeira Igreja Batista), agora só nos resta tempo para trabalharmos
para o PIB (produto interno bruto). Além de líderes esgotados em suas modernas
olarias, em cada lugar há um Faraó disposto a endurecer muito para que o povo
não se reúna e vá ao deserto para adorá-lo. Mas a sarça está ardendo sem se
consumir nesse tempo. Deus fará. E o melhor que podemos fazer por uma cidade é
plantar igrejas. Castro Alves, o poeta maior desta terra, parece que chegou
perto ao dizer: Bendito é aquele que semeia livros, livros a mão cheia e manda
o povo pensar; o livro caído na alma, é germe que faz a palma, é chuva que faz
o mar. Como melhor seria sido se dissesse algo como: “Bendito é aquele que
semeia a palavra, palavra a mão cheia e manda o povo acreditar, a palavra caído
na alma é semente que gera vida, é chama que jamais se apagará.
7)...MESMO
ANTES DE CHEGAR A RECOMPENSA PELA VITÓRIA (21-22)
Deus encerra
esta fase falando de recompensa. Garante que seu povo não sairá de mãos vazias
do Egito. Moisés como príncipe saiu fugido do Egito. Mas como profeta sairia
honrado. Cada mulher pediria à vizinha e a quem morava com ela, jóias de prata
e ouro e vestidos, para os filhos e filhas. Seria a primeira vez que um povo
subjugado despojaria ao povo opressor. Tudo isso ainda iria acontecer, mais a
sarça estava lá ardendo sem se consumir.
Deus não só
vê a opressão do povo quando está lá no Egito, mais ele também considera a
provisão para o povo em sua jornada no deserto, é o maná. Bem como o que vai
manar da terra prometida- leite e mel.
CONCLUSÃO
O Segredo não está na sarça, mas na chama que
arde na sarça sem consumi-la. Quando a igreja foi parida no Pentecostes, lá
está a chama que arde e não consome a sarça- línguas como que de fogo vieram
sobre a cabeça de cada discípulos. Aqueles dias eram parecidos com os dias de
Moisés, quanto o são com os nossos dias. O segredo é a chama que arde, mas não consome
a sarça. A chama é o Espirito Santo. E a sarça somos nós. A chama é a presença
e a manifestação de Deus entre e dentro de nós.
Aquela (manifestação visível da presença de Deus) na sarça que
ardia e não se consumia, foi um tipo da encarnação de Jesus. Num certo sentido
é como se Deus tivesse “encarnado” naquela sarça apontando para a definitiva
encarnação divina em Cristo. Hoje somos a sarça. E Ele, através de Seu Espirito
Santo, é a chama que arde e não se acaba, mesmo que tudo pareça acabado, ou por
ser feito ao nosso redor. A Ele a honra e a glória eternamente. Amém.
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